Permutadores de carcaça e tubos
O que são e para que servem?
Permutadores de calor são equipamentos usados em inúmeras instalações industriais (sistemas de refrigeração, ar condicionado, produção de energia, processos químicos) com o propósito de aquecer, arrefecer ou condensar uma série de fluidos, no fundo são equipamentos de transferência de calor. Dentro de toda a gama de permutadores, este é o tipo mais usado.
Constituição do permutador carcaça e tubos
Um permutador de carcaça e tubos, consiste num feixe de tubos encaixados numa carcaça/invólucro cilíndrica, com separadores que separaram o fluido dos dois lados dos tubos. São utilizadas chicanas ao longo da carcaça, que permitem suportar os tubos e dirigir o fluido contra os tubos, aumentando assim a transferência de calor.
As chicanas por sua vez são suportadas por varas de suporte e espaçadores.
A configuração mais utilizada é a primeira, figura 2, o espaçamento ótimo entre chicanas está normalmente entre 0.3 e 0.5 vezes o diâmetro da carcaça, quanto mais justo for o espaçamento maior a transferência de calor, mas consequentemente maior a perda de carga.
A fabricação de permutadores segue uma série de normas e códigos, quer para a dimensão dos tubos quer para as do involucro. Ex : TEMA, ASME, API etc…
No geral são utilizados tubos com diâmetros pequenos, de forma a reduzir o preço do permutador, em contrapartida estes são mais difíceis de limpar, o fluido a circular dentro dos tubos deve ser o mais sujo com tendência a formar incrustações, o mais corrosivo e mais toxico, o que está a maior pressão, aquele com maior temperatura e viscosidade, muitas das vezes estes requisitos entram em conflito!
Os permutadores de carcaça e tubos podem ter varias configurações
· Tubos em forma de U
· Placas de tubos fixas
· Cabeça flutuante
Modo de funcionamento
https://www.youtube.com/watch?v=IcxKCTRA2qE
Fatores que afetam a performance dos permutadores
a) Disposição dos tubos
A disposição dos tubos afeta a velocidade de transferência de calor, a perda de carga e a facilidade de limpeza.
No primeiro tem-se uma maior facilidade de limpeza, e uma menor perda de pressão
No segundo arranjo tem-se um maior coeficiente de transferência de calor, mas uma maior diferença de pressão no lado da carcaça, não e recomendável se for necessária limpeza mecânica.
· b)Fouling
Fouling é a resistência devido à formação de depósitos de materiais que irão baixar significativamente o desempenho. Logo é necessário ter em conta estes fatores de sujidade/ resistências
Vantagens / desvantagens:
-Levada área de superficial num pequeno volume
-Limpeza difícil, sobretudo na carcaça
-Funcionamento a alta pressão
-Pode ser contruído com uma elevada gama de materiais
Exemplo de utilidades usadas nos permutadores Shell and tube :
- Água quente
-Ar quente
- Água sobreaquecida
-Vapor saturado
-Vapor sobreaquecido
-Solventes orgânicos
-Óleos leves/pesados
Na tabela seguinte são apresentadas as utilidades e os respetivos coeficientes globais de transferência de calor, neste tipo de permutadores.
A seleção destas utilidades a utilizar no permutador tem em conta: o tipo de industria em que esta inserido o sistema em causa e os requisitos pretendidos (exemplo: Temperatura, pressão, potência exigidas, estabilidade térmica, capacidade térmica, viscosidade ), exemplos:
A água e o ar quente são as utilidades normalmente usadas quando pretendemos aquecer algum líquido num permutador, são ambos fluidos com uma elevada estabilidade térmica, e com um baixo custo de operação.
O vapor a alta pressão é aquele que oferece um maior coeficiente de transferência de calor em contrapartida o ar é o que possui um menor coeficiente
Já o óleo térmico tem a vantagem de funcionar em baixa pressão, embora com um baixo coeficiente de transferência de calor, e uma variação de viscosidade e densidade com a alteração da temperatura, os custos de operação e o investimento são elevados.
Custos de investimento
Tendo em conta que 1 ft2 = 0.929 m, e que hoje em dia um dólar é aproximadamente 0.944 euros.
É possível observar que o custo de um permutador segue uma escala logarítmica em função da sua área de superfície. Aumentando significativamente a partir de 1000 ft2.
Referências
[1] https://www.google.pt/search?q=prermutador+de+calor+shell+and+tube&espv=2&biw=1366&bih=662&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjZxL_X96bSAhXFORoKHbk4CjsQ_AUIBigB#imgrc=ChOhZrSh36TBcM
[2]https://www.google.pt/search?q=chicanas&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwi36_eU7KbSAhWBkhQKHcBeBgYQ_AUICCgB&biw=1366&bih=662#tbm=isch&q=baffles+heat+exchanger&imgrc=nNgFZ6oAc_lBRM:
http://www.flucal.pt/pt/area/permutadores-de-calor/
[4] Carvalho Graça, aulas de Fenómenos de Transferência II, Capítulo 9: Variação de temperatura no espaço e no tempo (2011/2012).
[5] Çengel, Y.; A. Ghajar, A. Heat and Mass Transfer: Fundamentals and Applications. McGraw-Hill Inc., N.Y. , 2010.